quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Marcha Mundial na Caminhada pelo Perdão e Reconciliação

Marcha Mundial pela Paz e Não-violência e o MIR na Caminhada pelo Perdão e Reconciliação das ES.PE.REs em Icaraí - Niterói

Em 12 de outubro de 2009 foi realizada na Praia de Icaraí a “Caminhada pela Reconciliação - Viver em Paz: Direito Humano” como encerramento do II Encontro Internacional de Animadores das Escolas de Perdão e Reconciliação - as Es.Pe.Re., integrante da Rede Paz de Niterói.
A caminhada teve a participação, dos católicos, que eram maioria; do MIR – Movimento Inter-religioso de Niterói, representado pela Brahma Kumaris, pela Fé Baha´i e pelo 38º. Conselho Espírita de Unificação de Niterói, da Marcha Mundial pela Paz; do Movimento Ecumênico de Niterói, representando pelas Igrejas: Reformada Cristã, Luterana, Católica e Anglicana e do Movimento Fé e Política do Estado do Rio de Janeiro.
As Es.Pe.Re., foram criadas há cerca de 10 anos, na Colômbia, pelo Padre Leonel Narváez Gomez, mestre em sociologia pela Universidade de Harvard, e especialista no combate à violência. Elas são espaços coletivos de diálogo onde se vive uma experiência de transformação de raivas, ódios e desejos de vingança em sentimentos que auxiliam na construção de uma vida melhor. Logo, trata-se de uma eficiente ferramenta na busca de uma cultura de paz, que já atua em mais de 12 países, obtendo excelentes resultados, recebendo inclusive uma menção honrosa de Educação para a Paz, premiado pela UNESCO.
O método ajudou a diminuir a violência na Colômbia, e há seis anos esse trabalho foi trazido para o Brasil com o mesmo objetivo e a partir de 2008, as ES.Pe.Re. começaram a ser adotadas como recursos de justiça restaurativa para pequenas penas em alguns juizados do Estado do Rio de Janeiro e em Niterói, elas tem atuado em diversas comunidades entre elas a de baixa renda atendida pelo Grupo Espírita Paz, Amor e Renovação – GEPAR na beira da Lagoa de Piratininga.
A abertura do
evento ocorreu, no Teatro da UFF, com a realização de uma mesa de debates, sobre o tema do livro Cultura Política do Perdão e da Reconciliação, do Padre Leonel Narvaez com contribuições de diversos especialistas mundiais no assunto que também participaram dos debates mediados pela Sra. Andréa Paiva da PUC e Coordenadora Geral das ESPERE do Brasil. O livro em questão foi lançado, e autografado pelos autores durante um coquetel que aconteceu na mesma oportunidade.
Nesse evento compareceram, entre outros a Decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio, Maria Clara Bingemer e representantes de diversos segmentos religiosos entre os quais: Prof. Tânia Gonçalves de Araújo, da Fundação Cultural AVATAR; Sr. Carlos Grand; da Associação Israelita do Estado Rio de Janeiro; Sr. Fernando Fratane Maciel do MIR-Rio e Paulo Peixoto, do 38º Conselho Espírita de Unificação de Niterói.
O II Encontro Internacional, teve suas atividades desenvolvidas no Centro de Convenções da Fortaleza Santa Cruz, com o objetivo firmar a busca por uma cultura de paz, consolidando uma rede internacional de multiplicadores, nos diversos segmentos da sociedade. Para o sucesso do mesmo tiveram significativa participação a Sra. Mariluz Remiro, da UFF, Coordenadora dos Núcleos das ESPERE do Brasil e a Sra. Carmem Cyrino Coordenadora dos Núcleos das ESPERE de Niterói.
A realização do mesmo teve o apoio de: PUC-Rio, UFF, Prefeitura de Niterói (NELTUR e SMU), Vereadores Felipe Peixoto, Waldeck Carneiro e Padre Ricardo, Deputado Estadual Rodrigues Neves, Governo do Estado (Imprensa Oficial), Arquidiocese de Niterói, Grupo Espírita Paz, Amor e Renovação - GEPAR, O Globo, Rádio Catedral, Rádio Rio de Janeiro, Henrique Vianna, Subsecretário de Direitos Humanos de Niterói, entre outros.

Carta para um mundo Sem Violência


" A violência é uma enfermidade evitável "
Nenhum Estado ou indivíduo pode estar seguro em um mundo inseguro. Os valores da não-violência, tanto nas intenções, nos pensamenos e na ação, deixaram de ser uma alternativa para tornar-se uma necessidade. Esses valores se expressam em sua aplicação nas relações entre Estados, entre grupos e entre indivíduos.
Estamos convencidos de que a adesão aos princípios da não-violência promoverá uma ordem mundial mais civilizada e pacífica, na qual uma governança mais justa e eficaz e o respeito à dignidade humana e à sacralidade da própria vida possam tornar-se realidade.
Nossas culturas, nossas histórias e nossas vidas individuais estão interconectadas e nossas ações são interdependentes. Hoje, como nunca antes, acreditamos que estamos diante de uma verdade: nosso destino é um destino comum. Esse destino será determinado por nossas intenções, nossas decisões e nossas ações de hoje.
Estamos firmemente convencidos de que criar uma cultura de paz e de não-violência, apesar de um processo longo e difícil, é um objetivo nobre e necessário. Afirmar os valores contidos nesta Carta é um passo de vital importância para garantir a sobrevivência e o desenvolvimento da humanidade e alcançar um mundo sem violência.
Nós, pessoas e organizações premiadas com o Prêmio Nobel pela Paz,
Reafirmando nosso compromisso com a Declaração Universal dos Direitos humanos;
Movidos pela necessidade de pôr fim à propagação da violência em todos os níveis da sociedade e, sobretudo, às ameaças que em nível global colocam em risco a própria existência da humanidade;
Reafirmando que a liberdade de pensamento e de expressão está na raiz da democracia e da criatividade;
Reconhecendo que a violência se manifesta de muitas formas, seja como conflito armado, ocupação militar, pobreza, exploração econômica, destruição ambiental, corrupção e preconceitos de raça, religião, gênero ou orientação sexual;
Percebendo que a glorificação da violência, como expressa através da indústria do entretenimento, pode contribuir para a aceitação da violência como condição normal e aceitável;
Conscientes de que os mais prejudicados pela violência são os mais fracos e vulneráveis;
Lembrando que a paz não é apenas a ausência de violência, mas a presença de justiça e bem-estar para as pessoas;
Considerando que a falha dos Estados em incluir as diversidades étnicas, culturais e religiosas está na raiz de grande parte da violência no mundo;
Reconhecendo a necessidade urgente em desenvolver uma abordagem alternativa de segurança coletiva, baseada em um sistema em que nenhum país ou grupo de países se apóie em armas nucleares para sua segurança;
Conscientes de que o mundo necessita de mecanismos e abordagens globais eficientes para a prevenção e resolução não-violentas de conflitos e que eles tem maior êxito quando adotados com antecipação;
Afirmando que as pessoas que possuem o poder tem a maior responsabilidade de eliminar a violência onde estiver ocorrendo e evitá-la sempre que possível;
Convencidos de que os valores da não-violência devem triunfar em todos os níveis da sociedade, assim como na relações entre os Estados e as pessoas;
Leia o documento na íntegra no site: www.marchamundial.org.br